sexta-feira, dezembro 29, 2006

Eles sobrevivem ao tempo (e ao mercado) IIII

As mãos que pariam rebentos eternizadas em livro

Elas trouxeram muitas vidas ao mundo. Com ferramentas precárias, se comparadas com o aparato tecnológico do qual dispõem os médicos nos dias de hoje, as parteiras faziam de uma tarefa árdua o exercício de uma vocação. Anteciparam os obstetras com a inclinação natural que a mulher carrega para a maternidade. E mesmo que sobrevivam hoje apenas em cidades interioranas ou em remotos rincões, elas já estão eternizadas.

O livro As Parteiras, de Elma Sant’Ana, registra a história de centenas de brasileiras que dedicaram suas vidas a trazer ao mundo rebentos chorosos recém desgarrados do ventre materno. E das linhas da autora recende o universo de estradas de chão, de imensas distâncias sendo percorridas pelas profissionais do parto, em carroças alquebradas ou mesmo no lombo de cavalos, para cumprir sua missão: “As parteiras ajudaram mães aflitas a ganhar seus filhos em locais distantes de qualquer recurso da Medicina. A cena se repetiu por décadas: mulheres, munidas de sua maleta, tesoura e muitas vezes levando o rosário e a imagem de Nossa Senhora do Bom Parto (...) Fizeram jus ao ditado “mais conhecida que parteira de campanha”, disserta Elma.

Mesmo caindo no ostracismo da falta de estrutura e perdendo cada vez mais espaço para a segurança dos médicos, elas continuam na ativa, principalmente no Norte e Nordeste do País. Pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no ano de 2004 revelou que 918 parteiras atuam na região que encabeça o relevo nacional. E contribuem para a ocorrência de 88% de partos normais por lá. Reduzindo a taxa de 15% de cesarianas, considerada como aceitável pela entidade internacional, para apenas 12%.

Guilherme

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Essa tua serie tem umas 8 partes????

auauhauhauhahuahaua


mto bom o texto

9:30 AM  
Blogger Guilherme Lessa Bica disse...

nah... eu falei no início q eram 4.

11:56 AM  

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