Eleições “Indiretas”
Nos últimos dias, vêm acontecendo diversos debates políticos, tanto em âmbito Estadual como Nacional. Assistindo o “Bigode” limpar sua marca registrada durante um dos enfrentamentos contra os tucanos, essa semana, lembrei de um pleito histórico, ocorrido em 1998, que marcou a minha vida. A escolha dos líderes da Turma 82.
Era uma manhã de sol. A aula transcorria normalmente, até que, a professora de português avisa que em breve aconteceria a escolha dos representantes de turma. Prontamente, criamos a nossa chapa. Lançamos o Pitt como candidato a líder, e eu como vice. (No caso, eu já tinha experiência no cargo – era vice-líder da turma 72). Já o Jonas, lançamos sem “histórico político” nenhum. Apesar das eleições serem diretas, os colegas votavam no Líder e no Vice, como acontecia nas eleições anteriores – pelo menos, em Guaíba.
Deixando de lado os partidos nanicos, a nossa candidatura era forte. Representávamos a esquerda – sem saber. Dois jovens vindos da classe média adentrando em um centro de ensino da Burguesia. Éramos audaciosos. Quase revolucionários. Na verdade, não. Surgíamos apenas como opção para derrotar a outra chapa, que também vinha forte, com dois integrantes da classe alta, famílias renomadas, carros importados e muita “pavonisse no corpo”. Sabíamos de nossas limitações e nossos pontos fracos (O Pitt chorava nas aulas de matemática), mas fomos convictos de obter a vitória.
Começa a votação. Primeiro voto:
- Fulano e Ciclana.
A burguesia começou na frente. Chegou a ficar a 4 votos a 0. Até que começam a entrar os votos dos nossos eleitores, e começamos a emparelhar a briga. Vibrava, olhando para frente, sem olhar para os adversários. O ponto baixo é que nossos votos já tinham entrado e ainda estávamos atrás.
- A “Nata” guaibense, como diria a diretora da Escola, não colocaria dois pobretões em um cargo destes, - já lamentava.
Foi aqui que começou acontecer um fenômeno estranho.
- Fulano e Fábio.
- Fulano e Fábio.
- Fulano e Fábio.
- Fulano e Fábio.
Ria sozinho. Era o reconhecimento do trabalho feito no ano anterior. Meus olhos brilhavam. Meus ouvidos pareciam mais limpos do que nunca, ao ouvirem a voz irritante da professora, citando meu nome. A partir do 15º voto a favor comecei a comemorar abertamente. Não tinha mais como perder. Lamentava pelo Pitt, mas ficamos, ao menos, com um representante. Creio que aquele choro na aula de matemática o eliminou.
Na saída para o recreio, recebia os cumprimentos da turma, alguns tapinhas nas costas de quem eu tinha a plena certeza que não tinha votado em mim, mas gostava mesmo assim. O líder, representante da burguesia, veio me parabenizar – até já não achava ele tão chato.
A candidata derrotada, não sabia perder. Os olhos enegrecidos, raivosos, me acompanhar até a saída do pátio. Em voz alta, e com dedo em riste, questionava quais eram os meus projetos para o ano.
- Não, Não. Não tenho projeto nenhum. Só queríamos um representante. – serenamente, respondi.
Bufava. Saiu como um touro brabo, alertando que ia reclamar com a direção. Não deu em nada. No fim, o mandato da burguesia e do proletariado foi bem razoável. Organizamos uma viagem ao Beto Carrero e alguns outros passeios.
Hoje, considero a nossa atitude de entrarmos em um pleito sem nenhuma proposta, algo meio leviano. Infantil. Afinal, tinha 14 anos. Se bem que, se olhar para os candidatos a alguns deputados eleitos... Me vem na cabeça uma publicidade de um colégio de Porto Alegre.
Fabio
Era uma manhã de sol. A aula transcorria normalmente, até que, a professora de português avisa que em breve aconteceria a escolha dos representantes de turma. Prontamente, criamos a nossa chapa. Lançamos o Pitt como candidato a líder, e eu como vice. (No caso, eu já tinha experiência no cargo – era vice-líder da turma 72). Já o Jonas, lançamos sem “histórico político” nenhum. Apesar das eleições serem diretas, os colegas votavam no Líder e no Vice, como acontecia nas eleições anteriores – pelo menos, em Guaíba.
Deixando de lado os partidos nanicos, a nossa candidatura era forte. Representávamos a esquerda – sem saber. Dois jovens vindos da classe média adentrando em um centro de ensino da Burguesia. Éramos audaciosos. Quase revolucionários. Na verdade, não. Surgíamos apenas como opção para derrotar a outra chapa, que também vinha forte, com dois integrantes da classe alta, famílias renomadas, carros importados e muita “pavonisse no corpo”. Sabíamos de nossas limitações e nossos pontos fracos (O Pitt chorava nas aulas de matemática), mas fomos convictos de obter a vitória.
Começa a votação. Primeiro voto:
- Fulano e Ciclana.
A burguesia começou na frente. Chegou a ficar a 4 votos a 0. Até que começam a entrar os votos dos nossos eleitores, e começamos a emparelhar a briga. Vibrava, olhando para frente, sem olhar para os adversários. O ponto baixo é que nossos votos já tinham entrado e ainda estávamos atrás.
- A “Nata” guaibense, como diria a diretora da Escola, não colocaria dois pobretões em um cargo destes, - já lamentava.
Foi aqui que começou acontecer um fenômeno estranho.
- Fulano e Fábio.
- Fulano e Fábio.
- Fulano e Fábio.
- Fulano e Fábio.
Ria sozinho. Era o reconhecimento do trabalho feito no ano anterior. Meus olhos brilhavam. Meus ouvidos pareciam mais limpos do que nunca, ao ouvirem a voz irritante da professora, citando meu nome. A partir do 15º voto a favor comecei a comemorar abertamente. Não tinha mais como perder. Lamentava pelo Pitt, mas ficamos, ao menos, com um representante. Creio que aquele choro na aula de matemática o eliminou.
Na saída para o recreio, recebia os cumprimentos da turma, alguns tapinhas nas costas de quem eu tinha a plena certeza que não tinha votado em mim, mas gostava mesmo assim. O líder, representante da burguesia, veio me parabenizar – até já não achava ele tão chato.
A candidata derrotada, não sabia perder. Os olhos enegrecidos, raivosos, me acompanhar até a saída do pátio. Em voz alta, e com dedo em riste, questionava quais eram os meus projetos para o ano.
- Não, Não. Não tenho projeto nenhum. Só queríamos um representante. – serenamente, respondi.
Bufava. Saiu como um touro brabo, alertando que ia reclamar com a direção. Não deu em nada. No fim, o mandato da burguesia e do proletariado foi bem razoável. Organizamos uma viagem ao Beto Carrero e alguns outros passeios.
Hoje, considero a nossa atitude de entrarmos em um pleito sem nenhuma proposta, algo meio leviano. Infantil. Afinal, tinha 14 anos. Se bem que, se olhar para os candidatos a alguns deputados eleitos... Me vem na cabeça uma publicidade de um colégio de Porto Alegre.
Fabio
4 Comentários:
Boa...
A Calegari enlouqueceu... huahuhuah
Pior que era todo ano pelo menos um representante do fundão na liderança de turma. A campanha era bem feita.
Guilherme
VSF! eu perdi pq era uma "avacalhação" aqela votação e eles viram q nada ia sai se nós fossemos eleitos... tanto q tu c elegeu e nunca compareceu a uma reunião d turma!... textinho mediano...
Pitt
N.E.
Compareci a todas as reuniões solicitadas.
Fábio
Mazá Fabio...futuro presidente do Brasil. Já vai arrancando um dedo ae meu...abraço
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