Bestas tricolores
Eram bestas vestidas de azul, preto e branco. Rosnavam, suando feito leitões alvoroçados com o abate. Eram centenas de anormais e descerebrados. Eram guerreiros idiotas – munidos de ignorância e podridão.
Quando a cerca que separava gremistas e colorados no Beira Rio foi arrancada do chão feito inço do campo pelos torcedores gremistas, no Gre-Nal do dia 30 de julho, a tragédia já acenava de longe. O jogo ainda estava em seu início - que minha memória não me traia - e as equipes se alternavam em ataques despretensiosos. Demorou algum tempo para que a Brigada Militar conseguisse conter o confronto, alguns minutos. Mas era apenas o prenúncio de uma catástrofe maior. Algo que deixaria gremistas, colorados, torcedores de todos os times gaúchos e brasileiros atônitos, inertes.
Ainda no primeiro tempo, a bola é jogada para a lateral do campo, recebe o abraço desajeitado do pé de Jeovânio – mal sabia ela que seriam seus últimos segundos como protagonista daquela noite – e a câmera da televisão desvia sua atenção para as arquibancadas. Um banheiro ecológico é carregado pelos torcedores gremistas como se estivessem num enterro em um cemitério lotado. Ele foi repassado de mão em mão até alcançar a tela de proteção. Em segundos, é arremessado para a Coréia – setor do estádio desativado há algum tempo. Um banheiro. Inaceitável, mas nada que assustasse a todos em demasia. Por pouco tempo.
Outro banheiro é levado para o mesmo local. A situação começa a ganhar contornos dramáticos. Na etapa complementar, o show da desalmada Geral do Grêmio chegou ao seu clímax. Depois de perfilar todos os precários toaletes que a diretoria colorada disponibilizou para os tricolores, um dos desequilibrados ateou fogo no banheiro mais próximo. A chama alastrou-se rapidamente e uma cortina negra de fumaça ergueu-se. Parecia mais uma parede. Como se os deuses do futebol estivessem punindo aqueles idiotas pela barbárie que empregaram, proibindo-os de assistir ao jogo.
O saldo foi muito caro para o Inter. Mais de R$ 165 mil, segundo fontes coloradas. Mas mais caro do que a quantia monetária que levou Fernando Carvalho à loucura, foi a declaração infeliz de Túlio Macedo. Desconfio de que ele não saiba a quantas pessoas representa no cargo que ocupa. A quantos anos de história, títulos. Afirmar que aqueles atos de terror do último domingo são corriqueiros é uma temeridade. Triste. Muito triste.
Mais triste do que a atuação medíocre do Grêmio contra o terceiro time colorado; mais triste do que a décima terceira posição na tabela; mais triste do que a insegurança de Pereira, a arrogância de Hugo e a teimosia de Mano; mais triste até do que a noite fria que agora ganha o céu e escurece lentamente o Rio Guaíba.
Guilherme
Quando a cerca que separava gremistas e colorados no Beira Rio foi arrancada do chão feito inço do campo pelos torcedores gremistas, no Gre-Nal do dia 30 de julho, a tragédia já acenava de longe. O jogo ainda estava em seu início - que minha memória não me traia - e as equipes se alternavam em ataques despretensiosos. Demorou algum tempo para que a Brigada Militar conseguisse conter o confronto, alguns minutos. Mas era apenas o prenúncio de uma catástrofe maior. Algo que deixaria gremistas, colorados, torcedores de todos os times gaúchos e brasileiros atônitos, inertes.
Ainda no primeiro tempo, a bola é jogada para a lateral do campo, recebe o abraço desajeitado do pé de Jeovânio – mal sabia ela que seriam seus últimos segundos como protagonista daquela noite – e a câmera da televisão desvia sua atenção para as arquibancadas. Um banheiro ecológico é carregado pelos torcedores gremistas como se estivessem num enterro em um cemitério lotado. Ele foi repassado de mão em mão até alcançar a tela de proteção. Em segundos, é arremessado para a Coréia – setor do estádio desativado há algum tempo. Um banheiro. Inaceitável, mas nada que assustasse a todos em demasia. Por pouco tempo.
Outro banheiro é levado para o mesmo local. A situação começa a ganhar contornos dramáticos. Na etapa complementar, o show da desalmada Geral do Grêmio chegou ao seu clímax. Depois de perfilar todos os precários toaletes que a diretoria colorada disponibilizou para os tricolores, um dos desequilibrados ateou fogo no banheiro mais próximo. A chama alastrou-se rapidamente e uma cortina negra de fumaça ergueu-se. Parecia mais uma parede. Como se os deuses do futebol estivessem punindo aqueles idiotas pela barbárie que empregaram, proibindo-os de assistir ao jogo.
O saldo foi muito caro para o Inter. Mais de R$ 165 mil, segundo fontes coloradas. Mas mais caro do que a quantia monetária que levou Fernando Carvalho à loucura, foi a declaração infeliz de Túlio Macedo. Desconfio de que ele não saiba a quantas pessoas representa no cargo que ocupa. A quantos anos de história, títulos. Afirmar que aqueles atos de terror do último domingo são corriqueiros é uma temeridade. Triste. Muito triste.
Mais triste do que a atuação medíocre do Grêmio contra o terceiro time colorado; mais triste do que a décima terceira posição na tabela; mais triste do que a insegurança de Pereira, a arrogância de Hugo e a teimosia de Mano; mais triste até do que a noite fria que agora ganha o céu e escurece lentamente o Rio Guaíba.
Guilherme
1 Comentários:
Boa. Mas na real, triste deve ser gremista...ao menos no momento. Parabéns, o blog d vcs tá show, só faltam umas fotinhos.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial