O Barquinho
Há um barquinho que navega sobre o Guaíba. Nessa tarde cinza e sem graça, sob a chuva de pingos grossos ele luta bravamente contra o vento áspero e frio. Não consigo enxergar com precisão, mas parecem dois tripulantes a bordo. Sobre o que conversam? Alguma aventura mais excitante, mares revoltos e bravios? Talvez. Talvez a amargura de não comandarem mais pomposos navios lotados de figuras da alta sociedade. Os anos passados em oceanos desconhecidos e no frescor dos portos. O uniforme branco feito algodão recém colhido que usavam. As medalhas que luziam sob o sol de alguma primavera.
Mas agora apenas lamentam, tenho certeza. Os amarelentos casacos, as condecorações enferrujadas, o convés fantasma do navio que não mais existe. Apenas as ondas anãs do Rio Guaíba. Apenas a tristeza do barquinho escuro. Protegidos por uma precária lona negra apreciam a derrota com resignação e covardia.
Guilherme
Mas agora apenas lamentam, tenho certeza. Os amarelentos casacos, as condecorações enferrujadas, o convés fantasma do navio que não mais existe. Apenas as ondas anãs do Rio Guaíba. Apenas a tristeza do barquinho escuro. Protegidos por uma precária lona negra apreciam a derrota com resignação e covardia.
Guilherme
2 Comentários:
Observador.Esse é o olhar do jornalista que se mostra nas linhas e entrelhinhas...segue praticando Gui. Fica cada vez melhor. bjao
E ai campeao da AMÉRICA..vamos atualizar esse blog ae, irmao. Abração e rumo ao Japão!!!
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