A volta
Atei os astros com meus olhos fujões. Caminhei solitário pelo campo. Nessa brisa despreocupada e consoladora do fim-de-tarde. Aquela estrela que me vigia e anuncia a noite iminente, me denuncia também. Me dilacera com suas pontas iluminadas e cortantes. Corro para alcançar os últimos raios de sol. Meus passos atiçam a poeira que descansava na estrada de saibro pedregoso, e seguem alertas no encalço do chão amarelo. Aumento a velocidade, meu pulmão começa a render-se, exijo mais dele, o sol se recolhe rapidamente e parece fingir esperar-me; e quando estou prestes a tocá-lo, nega-me sua luz.
Desisto. Diminuo o passo aos poucos. O coração começa a espaçar as batidas. Refestelo-me na grama. Mesmo que a coceira comece a aporrinhar-me, cochilo ali mesmo: no colchão verde e úmido. Observado apenas pelo céu negro alumiado de estrelas. Elas testemunham o meu ressonar. Elas silenciam ante a minha exaustão.
Acordo já revigorado. As estrelas ainda estão lá. Conto algumas delas e decoro a posição de outras. Ouço a melodia composta por corujas, mosquitos, terneiros, ovelhas e gansos. A orquestra do sítio em atividade. Eles não me deixam mais dormir. Logo outro dia amanhece. Fico acordado. Aguardo a chegada daqueles raios ardilosos. E a certeza de que eles descerão os milhões de quilômetros que nos separam, se esquivarão de algumas nuvens e acertarão em cheio minha face em alguns minutos me comove. Lavo o rosto no açude para recebe-los de cara limpa.
Desperto num sobressalto. Recolho as persianas brancas e deixo a luz da manhã entrar. O calor abrasivo abraçou o quarto do apartamento rapidamente. No calçadão, alguns caminhantes suados resfolegam satisfeitos. Essa urbanidade sufocante começa a me cansar.
Tomo um banho demorado e almoço logo depois. Chego até a sacada e acato a resolução inevitável: está na hora de voltar pro sítio.
Guilherme
Desisto. Diminuo o passo aos poucos. O coração começa a espaçar as batidas. Refestelo-me na grama. Mesmo que a coceira comece a aporrinhar-me, cochilo ali mesmo: no colchão verde e úmido. Observado apenas pelo céu negro alumiado de estrelas. Elas testemunham o meu ressonar. Elas silenciam ante a minha exaustão.
Acordo já revigorado. As estrelas ainda estão lá. Conto algumas delas e decoro a posição de outras. Ouço a melodia composta por corujas, mosquitos, terneiros, ovelhas e gansos. A orquestra do sítio em atividade. Eles não me deixam mais dormir. Logo outro dia amanhece. Fico acordado. Aguardo a chegada daqueles raios ardilosos. E a certeza de que eles descerão os milhões de quilômetros que nos separam, se esquivarão de algumas nuvens e acertarão em cheio minha face em alguns minutos me comove. Lavo o rosto no açude para recebe-los de cara limpa.
Desperto num sobressalto. Recolho as persianas brancas e deixo a luz da manhã entrar. O calor abrasivo abraçou o quarto do apartamento rapidamente. No calçadão, alguns caminhantes suados resfolegam satisfeitos. Essa urbanidade sufocante começa a me cansar.
Tomo um banho demorado e almoço logo depois. Chego até a sacada e acato a resolução inevitável: está na hora de voltar pro sítio.
Guilherme
3 Comentários:
Eh foda....
bom o texto!
Muito bom o texto...
Vamos ver se agora sai o estudio né...hehehe...
Abraço....
excelente, malandro! agora, voltemos ao sítio! hehehe...
abraço...
Pitt
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