O Carregador de Piano
“Não consigo ter vergonha de quem eu sou. Eu sou assim. O mundo que se adapte. Tanta gente por aí morre de tesão pelo buraco por onde se caga, outros milhões só pensam nas tetas por onde se mama, por que cargas d'água eu deveria ter vergonha de sentir tesão pelos pés que pisam? Ora, só me faltava essa agora.”
Alex Castro - LLL
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Ele não se considera um podólotra. Longe. Admite com receio comedido valorizar os traços bem delineados dos membros inferiores femininos. Os que merecem, claro. Em seu entendimento, os pés são a base do todo: De nada adianta cabelos arrumados por horas no instituto, barriguinha malhada em meses de academia, seios robustos e firmes, depois de dezenas de emeéles de silicone, se os pés não estiverem em sintonia com o conjunto. Eles são os responsáveis em transformar mulheres bonitas, em mulheres excepcionais. Ou, repentinamente, jogá-las na vala comum. Muitos não observam a beleza e importância dos pés, assim como, deixam despercebidos os carregadores que levam os pianos até o ponto de destaque no palco, preparado para o grande Concerto. Tolos.
Dia desses, reparei-o confidenciando ao espelho. “Hoje! Isso mesmo. Hoje ela estava de sandália. Não dessas comuns. Uma de solado baixo, com fiozinhos prateados, deixando os dedinhos a mostra: Os cinco. Tentava tirar o olho, mas não conseguia. Era mais forte que eu. O indicador pouco a frente liderando a turma. Os da direita, seguindo perfilados em rumo decrescente. Já o dedão em posição confortável, ameaçava subidinhas animadas, provavelmente sem intenção. O dorso, bronzeado, apresentava curvas tênues e tenras, com uma suavidade semelhante ao leite deslizando no copo, quando servido pela vó numa alvorada de segunda-feira. E eu? Me aproximei dela. Puxei um assunto irrelevante e quando vi estava a tocar no seu indicador, que parecia banhar-se em águas glaciais. O segundo pododáctilo apesar de gélido causava-me uma inquietação que poderia descrever em dezenas de palavras, mas, com certeza, não relacionaria em hipótese nenhuma com frio. Memorável.”
Acho que ficou surpreso com tamanha beleza. Tá certo que não os viu calçando um salto agulha que ressaltaria ao extremo o bumbum arredondado com perfeição, instigando a libido de todos que a rodeiam. Tudo bem. Mas nada vai diminuir a soberba dele, ao explanar solenemente o argumento de que: “O que vale mesmo é o potencial do Carregador de Piano.”
Fabio
Alex Castro - LLL
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Ele não se considera um podólotra. Longe. Admite com receio comedido valorizar os traços bem delineados dos membros inferiores femininos. Os que merecem, claro. Em seu entendimento, os pés são a base do todo: De nada adianta cabelos arrumados por horas no instituto, barriguinha malhada em meses de academia, seios robustos e firmes, depois de dezenas de emeéles de silicone, se os pés não estiverem em sintonia com o conjunto. Eles são os responsáveis em transformar mulheres bonitas, em mulheres excepcionais. Ou, repentinamente, jogá-las na vala comum. Muitos não observam a beleza e importância dos pés, assim como, deixam despercebidos os carregadores que levam os pianos até o ponto de destaque no palco, preparado para o grande Concerto. Tolos.
Dia desses, reparei-o confidenciando ao espelho. “Hoje! Isso mesmo. Hoje ela estava de sandália. Não dessas comuns. Uma de solado baixo, com fiozinhos prateados, deixando os dedinhos a mostra: Os cinco. Tentava tirar o olho, mas não conseguia. Era mais forte que eu. O indicador pouco a frente liderando a turma. Os da direita, seguindo perfilados em rumo decrescente. Já o dedão em posição confortável, ameaçava subidinhas animadas, provavelmente sem intenção. O dorso, bronzeado, apresentava curvas tênues e tenras, com uma suavidade semelhante ao leite deslizando no copo, quando servido pela vó numa alvorada de segunda-feira. E eu? Me aproximei dela. Puxei um assunto irrelevante e quando vi estava a tocar no seu indicador, que parecia banhar-se em águas glaciais. O segundo pododáctilo apesar de gélido causava-me uma inquietação que poderia descrever em dezenas de palavras, mas, com certeza, não relacionaria em hipótese nenhuma com frio. Memorável.”
Acho que ficou surpreso com tamanha beleza. Tá certo que não os viu calçando um salto agulha que ressaltaria ao extremo o bumbum arredondado com perfeição, instigando a libido de todos que a rodeiam. Tudo bem. Mas nada vai diminuir a soberba dele, ao explanar solenemente o argumento de que: “O que vale mesmo é o potencial do Carregador de Piano.”
Fabio
2 Comentários:
Muito boa Fabão.
Concordo em número, gênero e grau com o personagem do texto.
Confesso que eu tenho um pouco dessa mania de reparar em pés...
Uma mulher só completa a beleza quando tem um pé bonito..
Abraços,
Leal
Essas tarado-patologias...
Mandou bem!
Atualização garantida e sorriso bobo e satisfeito na boca da dona dos pés.
Abraço.
Guilherme.
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